sábado, 31 de março de 2012



MAIS RAIVA DO QUE DOR (Svanderlov, outono de 2011 depois de Cristo)

Uma prisão sem grades resume o mal
Mau e alienatório, o ataque é devagar e constante, como?
Como pasto, bebo água, sobrevivo sob uma tela de arame farpado de acidade
Cidade, campo... na aldeia global o zumbido chega e torna-se nossa coroa

Coroa-se uma língua travestindo câncer, chicote e corrente na mão que nos cobra
Cobras no Norte, lobos no sul. Fome nas estrelas, um Jardim sem rosas
Rosa dos ventos me conduz: Poucos tem, muitos sem
100% de nada, é nada. Mas sob a lábia global intelectual banal bial vira tudo? Mas...
Mais ou apenas pra'queles que não tem mais raiva do que dor

domingo, 25 de março de 2012

CÉU E INFERNO



Entre o céu e o inferno
Me perco no campo minado do dia-a-dia
Ouço trombetas celestiais,
Anjos rebeldes cantam para mim
Me confundo na loteria do cotidiano

O amor é um pecado inodoro
Sem sentido ou insensível?
(o olfato obstruído em uma ilusão de ótica)
Um começo sem fim
O meio corrompe o ser perdido na paisagem
(o livro dos dias ou uma moderna miragem)

A vida é um carrossel
Eu sou um bailarino
Anjos rebeldes na platéia
Arcanjos dirigindo

sábado, 24 de março de 2012

PORQUE NÃO VOU AO SHOW DO SAIA RODADA.


Hoje, aproveitando o momento, vamos falar sobre algo muito difícil e polêmico. Sou o lorde do nada, não da razão, mas tentarei expor a partir de fatos, algo que vem corroendo sentidos e sentimentos humanos; com certeza serei mal entendido, ou bem entendido e crucificado! mas se meia dúzia de nobres leitores compreenderem a mensagem, já estará valendo a intensão.

Para aquelas pessoas que insistem em me chamar pra esses shows que a indústria fonográfica local insiste em chamar de "forró", serei o mais sensível possível, relembrando o trecho de uma canção de 2004, chamada Psicose (morte ao saia rodada):

"... quebrei toda, a minha casa, esfaquiei a rádio FM que tocava saia rodada
Queimei a grana na fornalha, dispensei um morena pirada tarada"

Radical? Sarcástico? Não creio. Problemas radicais, exigem saídas radicais. A letra apenas dá um golpe nestes grupos, na mesma violência que essa poluição sonora insiste em invadir o ambiente e massacrar tímpanos e neurônios que nos resta em exercício.

Se é pra aderir ao porralouquismo (e a letra da música adere), que façamos isso sem hipocrisia e com a mínima originalidade, e não, se reduzindo a código de barras em formato de corpo humano, seres das cavernas e medíocres copiadores de quinta categoria, de recursos multimidiáticos retrôs de grupos internacionais. Seriamos menos hipócritas e mais cultos e inteligentes se fossemos direto ao cabaré da esquina! (isso também foi um sarcasmo).

O mais preocupante, atento leitor, é que essa máquina de machismo, racismo, homofobia e baixaria vem formando uma geração de reacionários sórdidos e semi letrados criticamente. O que esperar de uma mulecada que cresceu vendo uma garota playboy gritando "é o seu vizinho que quer comer meu cú-é seu vizinho que quer comer meu cú-é seu vizinho que quer comer meu cú-elhinho... Alguns hipócritas catedráticos ainda ão de dizer.... " A maldade está em quem ouvi, não há nada d+"... os mesmos que após um show de horror desses tais grupos "musicais", irão cruzar com profissionais do sexo na praia e as xingarão de puta, safada, pervertida, vulgar! Aqueles hipocritas, são os verdadeiros travestis da sociedade, sim, porque pelo menos o travesti (homossexual) de alguma forma se assume travesti, por sua performance; já, os falsos moralistas, não. Se escondem nas barras do vestido de linho da hipócrita sociedade de aparências.

Esse fato é ainda mais triste, porque o cruzamento entre figuras de linguagem e dicção parcial foi um grande artifício para músicos que colocaram em cheque a falta de liberdade no Brasil, na ditadura militar, com Chico Buarque, Cetano, Gonzaga e Raul Seixas. Além disso, apelação sexual no início da década de 80 como fez chacrinha, por um lado, era um insulto a ditadura, em meio a bagunça organizada que era seu programa, era preciso desorganizar para organizar, como em um combate a ditadura.

Mas faz tempo, que tudo isso virou futilidade e a ideia central, que seria valorizar a liberdade e a figura feminina... foi invertida: não valorizamos a pouca liberdade que obtemos e mulheres são reduzidas a objetos, produtos descartáveis. Os únicos que lucram com isso são: os poderosos, porque o "circo" nunca questiona o poder coronelesco do NE; as gravadoras e os integrantes dos grupos. É notório que para eles, a qualidade não importa, o importante é a renda.

Façam-me um favor, não chamem isso de forró. Forró não é lixo mercadológico, é baião, cultura, política.

sábado, 3 de março de 2012

MACEIÓ: POR UMA FRENTE EM DEFESA DO TRANSPORTE PÚBLICO, DEMOCRÁTICO E DE QUALIDADE!!!

A questão do transporte público na capital alagoana gerou uma movimentação que a muito tempo não se via; rodoviários, alternativos, estudantes, mototaxistas, ambos vem organizando isoladamente manifestações que tem ganhado a atenção da sociedade, ora em apoio a causa, ora pelos impactos gerados por essas mobilizações no já caótico transito da cidade.

O que fica evidente, é o que no hipocentro desta crise está uma disputa até então injusta entre os senhores mandachuvas do sistema (empresários) e os governantes; contra os trabalhadores e usuários. Digo injusta porque os primeiros, sendo ricos, detém grande acesso aos meios de comunicação, de repressão (polícia) e o poder judiciário. Outro dia, debatia essa questão com um rodoviário, que talvez por uma insensibilidade de classe se colocara contra alternativos e mototaxistas; via o dono da empresa, que o explora todos os dias, como seu parceiro; e os seus semelhantes, rodoviários alternativos, como inimigos. São vários os motivos que levam-me a pensar o contrário:

1. Lotação e mototaxi nunca tiveram vida própria em Maceió, sua sobrevivência sempre foi garantida pela absurda ineficiência do serviço formal (Passagem cara, ônibus cheios, veículos velhos e sem manutenção, atrasos, risco a integridade física de rodoviários e passageiros - assaltos, falta de higiene, etc.). Logo, a existência dos alternativos é o atestado de que o sistema formal de transporte coletivo está doente, e isso não se deve a outros culpados que não os empresários e os gestores públicos.

2. O Sr. Cícero Almeida conseguiu elegê-se com a promessa de que, no primeiro ano mandato de prefeito, se faria a histórica Licitação do Transporte público. Passaram 7 anos, e não fez, e nem fará. Por que? Não é difícil entender: Quando assumiu, fez uma manobra, para "fazer um lado" com o povo, reproduziu ameaças a Transpal (associação dos empresários de transporte coletivo), mas, digamos assim, "Mi$terio$amente" virou a casaca, e meses depois já passou a dizer que a licitação era um processo desnecessário e que o sistema municipal é de qualidade. Pasmem: Almeida chegou a blefar, afirmando que com a licitação aumentaria a taxa de desemprego, quando na verdade a licitação prevê um aumento da frota (o que acarreta mais mão-de-obra). Para defender seus senhores, o prefeito chegou a peitar o ministério público (que exige a licitação), trabalhadores alternativos e a população usuária do transporte. Tanta dedicação... porque $erá?


3. A SMTT é uma repartição pública com alguns bons profissionais técnicos, mas tornou-se o quintal do gabinete do prefeito, de modo que a lei de que somente um profissional com conhecimento técnico na área poderia assumir a superintendência foi modificada, para que o prefeito pudesse alugar tal posto, foi assim que Coronel Coutinho conseguiu da noite pro dia e com uma "carta de recomendação Collorida" torna-se superintendente. Os verdadeiros profissionais da SMTT não tem fôlego nem voz para agir tecnicamente, senão, já se teria concretizado a licitação; e, não se faria a perseguição aos mototaxistas, que tiveram sua atuação regulamentada pelo Poder Federal. Qualquer cidadão razoavelmente esclarecido sabe que quando do conflito entre duas deliberações de esferas diferentes do poder público, a de se levar em consideração a esfera de maior representatividade, ou seja, entre a esfera federal e municipal, deve-se cumprir o que determina a legislação federal. O que não acontece em Maceió por motivos óbvios.


4. Também se sabe que sempre que a burguesia (ricos) entra em conflito com o povo, logo os ricos chamam os militares, para "manter a ordem". Assim fizeram quando invadiram o continente africano para roubar suas riquezas e escravizar o povo africano; quando o Brasil estava entrando em um momento de ebulição democrática, nos anos 60, convocaram os militares para organizar uma ditadura sanguinária que torturou o país por duas décadas; Em janeiro deste ano, a polícia paulista destruiu o Pinheirinho, um bairro com mais de 9 mil habitantes, a mando de Nari Nahas, um dos maiores ladrões da história do Brasil, porém, histórico contribuinte no financiamento de campanhas eleitorais; Em Maceió não é diferente, logo que é incomodada, a aliança burguesia/governo convoca os militares do BOPE, armados com armas de fogo, cassetetes, escudos e gás de pimenta, e que numa ação covarde atacam os trabalhadores mototaxistas, por sua vez "armados" com suas ferramentas de trabalho, gritos de protesto e uma pauta de reivindicação! Justo? E se o sr. governador decretasse o fim do BOPE e pusesse seus soldados no olho da rua, será que eles aceitariam de mãos cruzadas? Será que não fariam protestos nas ruas, ou até mesmo algo "ilícito"?


Esses são alguns dos motivos que levam-me a ser contra a perseguição aos mototaxistas. Na verdade, não me surpreendo com essa perseguição, para alcançar seus interesses os burgueses se organizam em frentes: junta-se o rico empresário, com o rico prefeito, o rico secretário, o rico Juíz, o rico coronel, o rico apresentador do programa de TV, etc... Perseguem, desmoralizam e até violentam todo aquele que ousar questionar os interesses burgueses! Por outro lado, Nem se todos os burgueses do mundo se unissem, teríam mais força do que o povo. Penso que o povo maceioense deveria responder na mesma moeda: Fazer uma frente entre trabalhadores e usuários do transporte público: Rodoviários, Alternativos, estudantes, comerciários, donas de casa, funcionários públicos... todos! Todos organizados em atos unificados, que viabilizem grande repercussão e força. Sozinhos, somos fracos, mas unidos somos fortes, este é um momento em que a União faz a força!


POR UMA FRENTE EM DEFESA DE UM TRANSPORTE PÚBLICO, DEMOCRÁTICO E DE QUALIDADE!